sábado, 25 de junho de 2011

Estância clama por mais segurança

Comerciantes querem a volta dos serviços da dupla “Cosme e Damião” no centro da cidade
O município Estância, a 74 km de Aracaju, com uma população de 64. 464 habitantes (Censo 2010) vive numa escalada crescente de roubos e assaltos que assustam os comerciantes e a população em geral. Vários estabelecimentos comerciais de sido alvos de assaltos, até mesmo a luz do dia, assim como vários jovens não têm escapado da ousadia dos assaltantes, que escolhem muitos adolescentes como alvos preferenciais e subtraem dos mesmos aparelhos celulares.
Nessa onda desenfreada de assalto, nem Agência dos Correios/Banco Postal de Estância escapou. Segundo informações colhidas pela nossa redação, dois elementos no dia 13 de junho, por volta das 12h adentraram a agência dos Correios aparentando clientes anunciaram o assalto aos funcionários e subtraindo um valor que não foi revelado para a imprensa. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal.
Outro tipo de assalto crescente que anda preocupando os pais, são os roubos de celulares no centro da cidade, principalmente nas imediações das escolas publicas e privadas. Na última quarta-feira, dia 22 de junho quatro jovens média alta, que não desejam ser identificados, foram as novas vítimas, o assalto ocorreu por volta de 19h00 imediações da Rua Nova. Segundo umas das vítimas que prefere não dizer o nome, o elemento estava com uma arma branca (faca), anunciou o assalto e exigiu os celulares dos jovens, “não reagimos, ficamos extremamente abalados e perguntamos até quando isso vai continuar acontecendo em nossa cidade”? Questiona uma das vitimas. Enquanto isso os pais estão indignados exigem solução das autoridades competentes.
Neste mês de junho quem também foi alvo dos meliantes foi o ponto Bradesco Expresso, situado Rua Elias de Souza Ávila, conj. Ulisses Vieira Lima, B. Alagoas. Segundo José Carlos Lima Barros, funcionário da loja, o assalto ocorreu no dia 01/06/11 às 10h30 e no momento que sete clientes que foram efetuar seus pagamentos. Ele informou os assaltantes após anunciarem o assalto conduziram os clientes para a parte interna do estabelecimento comercial e que nesse momento ele conseguiu pular o balcão e pedir socorro na rua. Segundo o Sr. Carlos os meliantes subtraíram da loja R$ 60,00 em cartões telefônicos, levaram de uma gestante a importância de R$680,00 e uma a BIZ que era conduzida por uma jovem.
Indagado qual aparência dos assaltantes, Sr. Carlos revelou que um era magro e outro baixo, ambos jovens e estavam com a camisa no rosto. Questionado por que esses casos têm aumentado em Estância, ele atribui ao crescimento da cidade, mas afirmou: “na medida em que a cidade cresce aumenta necessidade investir mais em policiais, em segurança para combater essa onda de assaltos em nossa cidade”, ressaltou o microempresário.
O inicio do ano a Ponto Net, localizada no bairro Alagoas por pouco não entrou na lista das vítimas. A senhora Judite conta que dois elementos chegaram de moto por volta das 19h00 anunciaram o assalto, mas foram surpreendido com cão pit bull que assustou os assaltantes que evadiram-se do local sem levar nenhuma quantia.
Dona Judite revelou também que seu filho, de nome Alisson Oliveira foi vítima de um assalto no centro da cidade a mão armada recentemente e dessa vez levaram uma corrente, um celular, um relógio e a importância de R$700,00. Ela informou que eles estavam fortementes armados em uma moto com placa empenada e não usavam capacetes. Dona Judite, proprietária da boutique Aline Modas está preocupada com o número de assaltos na cidade, ela cobra das autoridades competentes mais segurança pública.
Ouvimos o vice- presidente da CDL de Estância, José Milton, proprietário da loja Ideal, ele atribui a onda de assaltos no município de Estância ao pequeno contingente de policiais a serviço da população. ”Hoje a gente só observa mais policiais nas instalações bancárias e os comerciantes estão vulneráveis, correndo risco de serem a próxima vítima, falta policiais circulando no comercio”. Ele sugere a volta da dupla Cosme e Damião, como ficou conhecido pela população. José Milton, afirmou também que Estância é sede do Batalhão da Polícia Militar, mas que atender toda região, “a nossa cidade fica a margem da BR 101 com várias rotas de fugas, precisa de uma vigilância permanente, pagamos nossos impostos, precisamos de mais segurança”, enfatizou José Milton.
Nossa reportagem ouviu o delegado regional de Estância, dr. Ademir Melo, ele acredita que a maioria dos assaltos é conseqüência do tráfico de entorpecentes que estimula o crime. Ele disse que a policia está agindo, os inquéritos policiais sendo investigados, mas é preciso muito do apoio governamental para enfrentar essa problemática, ele foi enfático: “é preciso construir centros de recuperação”. Ele solicitou também ajuda da população, disse que é fácil denunciar, só ligar 181 e não precisa se identificar. Dr. Ademir Melo ressaltou que é fundamental o apoio da comunidade estanciana e lembrou também que existe 190 da Policia Militar a disposição da população. (Matéria extraída do jornal Folha da Região/ edição da 2ª quinzena de junho/2011, editada pelo jornalista Augusto Santos)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Tragédia com os catadores de laranja da região sul completou um ano e nada mudou

Completou no último dia 31 de maio, um ano da tragédia que vitimou sete trabalhadores da citricultura e deixou outros com sequelas. Após um ano o que mudou na região? As estradas vicinais melhoraram? As pontes de madeira foram trocadas por concretos? Como vivem as famílias que perderam seus entes queridos? Os responsáveis já foram punidos? Qual o desdobramento desta tragédia? São perguntas que pairam na mente de quem sofreu ou ouviu falar deste triste capítulo na vida dos trabalhadores da citricultura da região.
Informações colhidas pela nossa reportagem apontam que o acidente aconteceu porque o caminhão estava com excesso de peso, viajavam muitas pessoas em cima da carga, a ponte era velha e recebeu uma reforma apenas da parte de cima (tablado) e manteve a mesma estrutura antiga que cedeu com o peso do veículo que transportava laranja e pessoas.
Registramos também que maioria dos trabalhadores da região citrícula do estado de Sergipe continuam sendo transportados sobre as cargas, nas carrocerias dos caminhões e trafegando em pontes de madeira, mesmo após um ano da tragédia que vitimou sete trabalhadores de Boquim na ponte do Povoado Fonte Nova no município de Estância.
A nossa reportagem ouviu o presbitério Nixon da Silva, que esteve no local minutos após o acidente. Perguntamos o que como mudou no lugar que ocorreu a tragédia, ele é taxativo: foi feito até agora apenas um desfio e foi mais longe: “o local onde ocorreu a tragédia está intransitável, todo veículo passa por lá com muita dificuldade”, denuncia Nixon da Silva.
Questionado em relação às vítimas, ele revelou que inicialmente elas receberam do proprietário da beneficiadora uma ajuda de custo no valor de cinqüenta reais e que depois baixou para trinta por família durante aproximadamente seis meses. Informou que muitas vítimas entraram com ações na justiça do trabalho por danos morais, indenizações e verbas trabalhistas, através do advogado Joilson Santos Menezes. “Hoje muitos estão abandonados, com seqüelas graves e outras leves, com sérios problemas de saúde e com dificuldades para continuar trabalhando, aguardando as decisões das autoridades competentes”.
Ele denunciou também que hoje existe uma ponte que liga Salgado a Boquim (bairro Santa Rosa) que as pessoas são obrigadas a descerem dos transportes (ônibus ou pau de arara) que os veículos passem vazios e os passageiros sigam a pé em cima dos troncos de madeira. “È necessário que seja construída uma ponte de concreto nesta localidade e acabe com esse transtorno. Essa estrada é usada para escoar os produtos cítricos para as indústrias e também para serem comercializados na feira de Estância”, ressalta Nixon da Silva.
Já para o presidente do Sindicato dos Produtores de Citros da Região Centro Sul do Estado de Sergipe, José Raimundo Rodrigues a situação melhorou muito. Ele garante que existe trabalhadores sendo transportados em micro ônibus, mas admite que a cultura do pau de arara na região ainda é muito grande e que infelizmente ainda existe trabalhadores sendo transportados em caminhões.
O acidente
Segundo denúncia do Ministério Publico a tragédia que abalou a região Sul de Sergipe, ocorreu dia 31 de maio de 2010, por volta das 16 horas e 40 minutos, onde o senhor Francisco dos Santos, conduzia o veículo tipo caminhão, marca Mercedes-Benz L 1620, de cor amarela, ano de fabricação 2004, placa policial JJB-9906, UF-SE, RENAVAN nº 825228590, simples com 8 mil kg, carroceria tipo carga seca, com capacidade para 15,60 mil Kg, cor amarela, propriedade de Cícero Barreto Gois, ao passar por uma ponte de madeira numa estrada vicinal não pavimentada, próximo ao Povoado Fonte Nova, município de Estância-Se, provocou um acidente que vitimou fatalmente as pessoas de JOSÉ EDNALDO SANTOS DE JESUS, JOSÉ ORLANDO DOS SANTOS, ANTONIONE SANTOS RODRIGUES, COSME DE JESUS, RAILDE DE JESUS SANTOS, ELENILSON DE JESUS SANTOS, MARIA LENILDE DE JESUS.
Saindo ainda deste acidente lesionadas as seguintes pessoas: Nanderobson Santos Lima, Miguel dos Anjos, Miguel Bispo dos Santos, José Emerson dos Santos, José de Jesus, Eliseu Caetano da Silva, Josefa de Jesus Oliveira Elenilza de Jesus, José de Jesus, José Agnaldo Gomes dos Santos, José Adriano Gomes dos Santos, Messias Jorge dos Santos Osenil de Souza Silva, Edilma de Jesus Santos e Grimaldo Mendonça de Jesus, documentos de fls. 07/09, restando à vítima Hosano de Souza Silva com o seu braço decepado, conforme declarou perante a Autoridade Policial à fl. 34.
Consta na denuncia que as vítimas foram recrutadas pelos denunciados Gleidinaldo Silva de Andrade “Toicinho”, José de Jesus Santos “Zé Preto” e José Menezes Cruz responsável também pela compra da laranja para a pessoa do denunciado Adam Antônio de Oliveira “Ada”, que por sua vez seria o responsável pelo transporte correto, legal dos catadores.
Consta ainda que terminado o carregamento do caminhão que tem capacidade para 15.60 toneladas, com a carga na altura do “gigante”, com peso aproximado de 20 toneladas, já ultrapassando o limite, mais 08 (oito) toneladas equivalente ao peso do próprio veículo, mais o peso de aproximadamente 30 pessoas com média de 60 kg, temos 1.800 Kg, temos um total de quase 30 toneladas, para uma ponte de madeira geralmente construída para suportar cerca 20 toneladas.
Segundo relatos dos próprios catadores que consta nas ações penais e trabalhistas e civis, inicialmente os trabalhadores foram informados que haveria transporte de retorno, entretanto, este não chegou ao local, não havendo outra opção, foram obrigados a subir na carga do caminhão, em meio a escadas, caixas e outros objetos pertinentes, sendo que alguns ainda conseguiram segurar nas cordas que prendiam as laterais da carroceria, expondo a vida deles ao perigo iminente.
Prossegue na denúncia do Ministério Publico que o motorista, mesmo tendo conhecimento do risco, deu início a viagem de retorno, e no momento em que as rodas traseiras do caminhão firmou-se na ponte, segundo algumas vítimas, ouviu-se um “grande estalo” a ponte quebrou e o caminhão dornou fazendo com que a carga caísse por cima de vários trabalhadores restando 07(sete) em óbito ainda no local, outros feridos e até mutilado, conforme descrito no Registro de Ocorrência Policial lançado às fls. 51, bem como Laudo Pericial de fls. 192/193.
É preciso que as prefeituras da região, Governo do Estado, Ministério Público do Trabalho e sindicato dos trabalhadores rurais, entidades dos produtores e a sociedade em geral unam-se esforços para evitar que outras tragédias aconteçam e que de fato sejam construídas ações integradas para evitar outras vidas sejam ceifadas.
Em tempo informamos que o deputado estadual Gilson Andrade encaminhou requerimento na Assembleia Legislativa que foi aprovado por todos pares daquela Casa solicitando providencias do Governo do Estado e que o governador Marcelo Déda sensibilizado com toda essa realidade já encaminhou o DER para fazer um levantamento das pontes de madeira para ser construídas pontes de concreto. (jornalista diplomado Augusto Santos DRT 705/SE)