quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Melhorar a saúde: grande desafio do governo Déda

O governador reeleito Marcelo Déda, no seu discurso de posse dia primeiro de janeiro afirmou: “tenho consciência que o nosso povo ainda não tem os serviços de saúde que merece e que é nossa responsabilidade provê-los, a saúde será a prioridade número”. Ciente que a saúde no estado precisa melhorar, Déda nomeou Antônio Carlos Guimarães, um técnico com vasta experiência na área.
São vários os desafios que o novo secretário tem pela frente. Um dos gargalos sem sombras de dúvidas é o HUSE – Hospital de Urgência de Sergipe, mas conhecido como Hospital João Alves Filho. Quem já precisou dos seus serviços ou teve um parente que necessitou, conhece a dura realidade daquela casa de saúde. O HUSE, devido a sua superlotação tem sido alvo de muitas queixas e insatisfações da população, inúmeras são as denúncias veiculadas na imprensa retratando a falta de um atendimento adequado.
É um hospital formado por profissionais renomados, com um corpo técnico de mais de 600 médicos, quase mil enfermeiros, 70 fisioterapeutas, 40 e poucos assistentes sociais, 40 e poucos nutricionistas, entre outros profissionais. Enfim a maior “casa de saúde” do estado de Sergipe tem uma demanda que é maior do que a sua capacidade operacional, lá encontra com frequência pacientes nos corredores dividindo espaços com outros usuários.
Para saber o que pensa e como vai encarar esse e outros desafios gigantes da saúde, a nossa reportagem foi ouvir o novo secretário, que falou sobre a o Sistema Único de Saúde (SUS), sobre a conclusão das clínicas da família, sobre as obras paralisadas dos hospitais regionais, além da audiência do HRAM (Hospital Regional Amparo de Maria/Estância).
Indagado inicialmente se a saúde de fato será uma prioridade no novo governo, Antônio Carlos Guimarães é categórico: “não só será prioridade, como foi”. Ele justifica: “poucos foram os governos que investiram tanto na Saúde com recursos próprios o quanto o governo Déda fez nesse primeiro mandato, foram trezentos milhões de reais, que significaram construções e reformas de hospitais, maternidade, 98 clínicas nos quase 75 municípios, houve todo investimento em readequação e modernização da gestão, realizando uma verdadeira reforma sanitária”, revela.
Sobre a problemática do HUSE, o novo secretário afirmou que do ponto de vista técnico não pode negar a qualificação do pessoal que lá trabalha, da dedicação e o compromisso para com a população. Mas enfatizou que hospital carece de vazão: “Hoje HUSE tem uma capacidade instalada de 375 leitos nas suas enfermarias, UTIs e tem mais uma capacidade de leitos no PS (pronto socorro) e com a reforma que deve está sendo concluída de maio a junho, deve ser ampliada o número de UTI para mais de sessenta leitos”, explicou.
O novo secretário defende que no HUSE tenha alguns critérios para atendimento, ele cita que as pessoas do interior têm que primeiro passar por uma avaliação no hospital regional. “É preciso saber se o hospital do interior não resolve o problema, caso de internação é melhor para família, para o próprio paciente que ele fique no interior com uma qualidade que também está instalada”, justifica.
Legislação modelo
O novo secretário de saúde informou que Marcelo Déda e o ex-secretário de saúde Rogério Carvalho, juntamente com os deputados estaduais construíram uma legislação de saúde que é modelo para o Brasil, principalmente na área de financiamento: “Sergipe hoje tem a garantia de pelo menos 12% do seu orçamento do Estado voltado para área da saúde, esse foi um grande salto de qualidade”, comemora.
A defesa da rede
Guimarães disse que nesse novo mandato Marcelo Déda assume puxando para si a grande responsabilidade de buscar as articulações no sentido de fazer com que o sistema possa funcionar melhor. Guimarães acredita o SUS é um sistema que necessariamente tem que ser pensando em rede. Ele disse também que Sergipe conseguiu construir várias redes, uma rede regionalizada de SAMU, rede de hospitais locais, regionais e da capita, além dos hospitais prestadores de serviços (filantrópicos), ao exemplo do HRAM de Estância. “Nosso desafio é fazer com que a rede funcione de maneira harmônica, temos a rede da atenção básica, enfim são várias redes como se fosse malhas com o intuito de dar garantia, de dar proteção à saúde do cidadão sergipano”, explica.
Para que tudo isso aconteça com a harmonia, o secretário defende a necessidade de uma boa articulação entre as esferas administrativas, principalmente entre o governo do estado e as prefeituras. “Nós temos que fazer um esforço para o mesmo lado e o governado Marcelo Déda na sua posse deu o exemplo muito bonito, chamou para si a responsabilidade e convidou o prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira, para que fizéssemos uma primeira análise e dessa maneira conseguiremos um somatório de esforços para poder melhorar a atenção à saúde do povo”, exemplificou.
Novo hospital de Estância
Sobre o novo hospital de Estância, Antônio Carlos disse que é o hospital praticamente semelhante ao de Lagarto. “A única diferença é que Lagarto tem uma faculdade de medicina lá e será um hospital escolar, o de Estância talvez possa ser no futuro um campo de estágio”. Ele ressaltou também o beneficio das UTIs no interior do estado e revelou que existe dez leitos de UTI no interior, “é importante que aquele paciente mais grave seja atendido com a mesma condição de conforto e qualidade sem a necessidade de remoção para a capital, enfim vislumbra uma saúde onde todos os regionais (Estância, Itabaiana e Glória) possam funcionar com o mesmo padrão do de Lagarto”, enfatizou o secretário.
Sobre as clínicas da família
Questionado sobre a paralisação das obras das clínicas da família, o secretário revelou que é prioridade a conclusão das obras das clínicas de Estância com as restantes do estado e que vai negociar com o governador para que aconteça ainda nesse primeiro semestre. “As clínicas têm um significado impressionante para a rede de atenção básica, além de um padrão de semelhança em todos os equipamentos utilizados”. O secretário acredita que funcionando de maneira adequada a atenção básica, consiga resolver e atender cerca de 80% dos principais problemas que acomete a saúde da população.

Médicos no interior
Sobre a dificuldade de médicos no interior, o secretário reconhece que Sergipe necessita de médico, mas fala com entusiasmo citando a faculdade de medicina de Lagarto, acreditando que daqui algum tempo teremos médicos formados na rede e com compromisso com o interior e destaca também a faculdade privada de Aracaju, sempre ressaltando a importância da construção das clínicas ele disse: “Como seria o amanhã se não tivéssemos onde colocar os profissionais formados, tendo que trabalhar em casa alugada, sem condições?”, indaga.
Audiência HRAM
Em relação a audiência disse que foi uma participação exemplar de todos, tantos os secretários municipais da região, quanto dos trabalhadores e da comissão interventora. Elogiou a forma como foi conduzida pela promotora Draª Carla e afirmou que foi uma discussão muito rica. O secretário concluiu dizendo que aguarda um novo encontro para analisar os balancetes e examinar com mais clareza o pleito da comissão interventora que almejar mais recursos para o hospital.
As prioridades
Ainda em relação ao hospital de Estância, o secretário disse que é uma das prioridades e acredita que o Hospital de Estância funcionando vai ajudar a aliviar a sobrecarga que existe no HUSE. Numa escala de prioridade, revelou também que 1º quer concluir a obra dos leitos críticos do HUSE para poder ampliar a capacidade de UTI; segundo concluir os hospitais que já estão funcionando, por exemplo, o centro cirúrgico de Itabaiana e de Glória e depois entra Estância, “esse gasto novo já estamos negociando com o governador”.
Ele informou também que pela legislação do SUS os estados têm obrigação no mínimo de gastar 12% do orçamento da saúde, o governador Marcelo Déda já por mais de uma vez disse claramente que se for preciso ele vai gastar mais do que os 12%. “Ele só precisa que nós digamos o quanto ele tem quer gastar e compreendamos que tem quer fazer o arranjo necessário”.
Dr. Antônio Carlos ressaltou na entrevista que o compromisso do governador Marcelo Déda com a saúde é inquestionável, “ele está dando e demonstrando prática todo dia, quer saber informação diariamente do que está acontecendo, de fato ele é o primeiro secretário da saúde do estado, além de ser o nosso governador”.

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