quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Aterro sanitário de Estância transformou-se em um grande lixão

O município de Estância-SE, localizado a 68 KM da capital, Aracaju possui um aterro sanitário construído pelo PASS (Plano de Assistência à Saúde e Saneamento), através de recursos provenientes da Caixa Econômica Federal, mas que segundo a O.N.G. Água é Vida transformou-se num verdadeiro “lixão”, provocando a poluição e contaminação do solo, do ar, de água subterrânea, nascentes e afluentes do Rio Piauitinga, com metais pesados, elementos cancerígenos que já provocaram inclusive a morte de crianças e velhos residentes no Povoado Dizilena, comunidade próxima ao LIXÃO.

Para o ambientalista Palomares este local onde se situa o destino final dos resíduos sólidos produzidos no município de Estância, não vem merecendo a atenção dos administradores de plantão, que não tem compromisso com as questões ambientais e por essa unidade. Ele entende também que por estar longe dos olhos da maioria da comunidade, a população também pouco se importa com o destino dos restos de seu consumismo e não o trata com o devido respeito. “Temos visto reclamações de moradores, somente quando o caminhão de lixo falha na coleta diária”, ressalta.

O ambientalista acredita que todo chorume proveniente do lixão pode estar sendo carreado e percolado para os afluentes do Rio Piauitinga e daí até as nossas torneiras, “o SAAE que tem a incumbência de tratar e distribuir nossa água ainda não faz o tratamento de metais pesado tais como: chumbo, cádmio e mercúrio”, denuncia.

A nossa reportagem esteve no local e também constatou que muitas pessoas “trabalham” no lixão, misturando-se a urubus e outros vetores, vítimas da desigualdade social, para tirar o seu sustento em precárias condições: descalços, sem luvas e sem protetores bucais e nasais. Ele também revelou que em uma visita recente àquela localidade, atendendo à denúncia de moradores da redondeza sobre queima de pneus, presenciou um verdadeiro crime ambiental, que conforme relato dos próprios trapeiros do lixão se tornou um ritual esta incineração de pneus todas as quintas feiras.
O ambientalista em recente Audiência Pública, promovida pela Curadoria de Meio Ambiente do Ministério Público da Comarca de Estância apresentou um relato aos representantes da Prefeitura Municipal presente na Audiência, para que ocorra o completo funcionamento do referido aterro sanitário de Estância, afirmando a necessidade desta questão ser resolvida com a maior urgência.
Nossa reportagem teve acesso às sugestões apresentadas pela O.NG na citada audiência: recuperação da parte física (salas da administração, casa do administrador, ligação de luz e água, recuperação de banheiros para os trabalhadores do aterro), recuperação e funcionamento do viveiro e do canteiro de mudas, construção da cerca viva, plantio de mudas para formação do horto florestal, instalação do projeto de drenagem de chorume, impedimento de crianças na área do aterro, criação de uma cooperativa de catadores de material reciclável ou "trapeiros". Colocar em prática projetos pilotos de coleta seletiva em bairros da cidade de Estância, até atingir a totalidade do Município. Projeto imprescindível para maior vida útil do aterro sanitário. As valas para lixo hospitalar precisam ser revestidas com material impermeável ou que seja incinerado.

Outra denuncia feita pelo Diretor técnico da ONG Água é Vida, professor Luiz Alberto Palomares é em relação a coleta de lixo, que segundo ele está sendo feita por caçambas, impróprias para este tipo de serviço, causando uma terrível insalubridade e perigo de vida para os garis, sendo contraproducente no quesito custo/benefício. “Uma caçamba precisa dar três viagens para se equiparar a um caminhão compactador de lixo”, informa.
A entidade ambiental também defende que a Secretaria de Educação seja a grande parceira da Secretaria de Obras na execução de atividades de Educação Ambiental no Município (aceitamos parcerias, pois como consultor, temos experiência e projetos para desenvolver este tipo de ação). “A Prefeitura Municipal é a grande responsável pela coleta e destino final do lixo de uma cidade (Art. 30, parágrafo 4 da Constituição Federal)”. Ele alerta também o tempo de vida do Aterro Sanitário será breve se continuar sem administração. “O mau gerenciamento do aterro sanitário está causando risco de vida para a população do entorno, usuários de águas da região da Dizilena, conforme estudos efetuados por profissionais competentes". Ele mostra outra grande preocupação com a água que é distribuída para toda a cidade de Estância, e indaga, quem sabe já não esteja sendo afetada.
A presidenta da ONG Água é Vida, professora Josefa Nadja A.T.Palomares, declarou também em e-mail encaminhado para nossa redação afirmando que nada foi feito pela Administração Pública de Estância, atual e anterior no sentido de recuperação dessa obra que fora concebida com recursos da União e idealizada por técnicos responsáveis e capazes, transformando-se numa verdadeira bomba relógio com efeito retardado, que vem explodindo diuturnamente contaminando mananciais, solo e ar, influenciando significativamente na má qualidade de vida do povo estanciano.
A referida entidade é atualmente presidida pela professora Josefa Nadja A.T.Palomares e tem como finalidade prescrita em seus estatutos: Prestar serviços que possam contribuir para a defesa do meio ambiente; realizar atividades culturais, sociais e educacionais relativas à divulgação da importância dos recursos naturais; representar os associados em suas reivindicações junto aos órgãos ambientais, receber e distribuir recurso de qualquer espécie e qualquer natureza e colaborar com outras ONGs, Conselhos Municipais e demais entidades existentes, dando-lhes conhecimento dos problemas ambientais e pleiteando as respectivas soluções.

A O.N.G. Água é Vida, é uma Associação de Defesa do Meio Ambiente, fundada em 29 de janeiro de 1998, com sede provisória à Rua Capitão Salomão n º 93 B, CEP 49.200.000, Telefone 9975-4789 e 079.522.1988, Estância, Sergipe. Registrada em Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas sob número A-31, às fls. 22 sob número 16.976, feito em 07 de abril de 1998, cadastrada no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), sob número 02.742.816/0001-16. (Jornalista Augusto Santos )

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