domingo, 3 de abril de 2011

Ong “água é Vida” denuncia crime ambiental em Estância

Por Augusto Santos - jornalista da Folha da Região

O município de Estância-SE, a 68 km de Aracaju está sendo palco de mais um crime ambiental, desta vez trata-se de uma nascente, conhecida como fonte da Nambu, que foi praticamente aterrada para iniciar a construção de mais uma nova etapa do conjunto Habitacional Mariota Mesquita. A denuncia partiu do presidente da ONG – Água é Viva, professor Luiz Alberto Palomares, que já protocolou no Ministério Público através de ofício o referido crime ambiental.
Segundo o professor, uma empresa de nome Construtora que está realizando a terraplanagem do conjunto Habitacional Mariota Mesquita não teve a mínima preocupação em preservar uma grande nascente, existente há séculos no Bairro Bonfim, que abasteceu com água de boa qualidade a população estanciana durante muito tempo
O presidente revelou em ofício encaminhado ao Ministério Público, para a Curadoria do Meio Ambiente que tem recebido diversas denúncias de moradores e pescadores residentes no Bairro Bonfim de assoreamento de nascentes, lagoas marginais e leito dos rios Piauí e Piauitinga, por movimentação de terra através de máquinas pesadas utilizadas para terraplenagem em construção de conjuntos habitacionais.
Segundo Palomares A empresa construtora do conjunto Habitacional Mariota Mesquita não teve a mínima preocupação em preservar uma grande nascente, existente há séculos no Bairro Bonfim, que abasteceu com água de boa qualidade a população estanciana durante muito tempo. “Recordo-me as carroças pipas entregando água nas residências dessa cidade lá pelos idos da década de 80, quando por aqui cheguei. Líquido precioso chamado de Água Nambu, que pelo visto ficará na saudade daqueles que tiveram o prazer dessa convivência, como me disseram moradores antigos daquele bairro: água igual àquela da Nambu, jamais”, enfatizou Palomares.
O ambientalista assegura na denuncia encaminhada ao Ministério Público que crime ambiental dessa magnitude acontece constantemente sem ninguém se preocupar com o fato. “Empresas construtoras em nome do ‘desenvolvimento sustentável’ e da ‘geração de emprego e renda”, estão cometendo crimes dessa natureza e permanecem impunes, a administração pública municipal, ou o órgão fiscalizador sequer exigiram o EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto ao Meio Ambiente), para construção desse conjunto habitacional ou fiscalizaram o desenvolvimento da sua construção permitindo que esse crime ambiental ocorresse, porque se houvesse fiscalização prévia e acompanhamento dos órgãos fiscalizadores, isso não ocorreria! A punição deveria ser geral e irrestrita para os envolvidos”, defende Palomares.
O presidente da ONG Água é Vida, afirma também que a movimentação de terra é tão expressiva naquela região que as lagoas marginais estão sendo assoreadas, até a descarga do emissário de efluentes do próprio conjunto está com sua boca de lobo entupida. Ele garante também que em conversa com diversos pescadores da região pode notar a preocupação quanto ao desaparecimento do pescado dada ao grau de assoreamento das lagoas marginais, lagoas que tinham uma profundidade acentuada, hoje estão rasas e não consegue mais dar vazão para o Rio Piauí, prejudicando o homem a fauna e a flora existentes na localidade.
O professor Palomares pede providências urgentes junto ao Ministério Publico para esse caso. Ele entende que se não forem contidos esses desmandos e punidos os criminosos ambientais a área do entorno do Conjunto Mariota Mesquita sofrerá um grande impacto ambiental. “O custo benefício vislumbrado na construção de moradias populares poderá estar mais para custo na recuperação de nascentes, áreas degradadas e biodiversidade do que para benefícios de abrigo em moradias para nossa população,“ avalia o ambientalista.

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